segunda-feira, 11 de abril de 2011

A mídia sensacionalista

Nesse texto, farei um post mais crítico do que de costume. Não costumo fazer isso, mas o assunto tem me incomodado um pouco. O tema em questão é a imprensa e como ela faz a cobertura de acontecimentos trágicos, como a tragédia na escola do Rio de Janeiro. Sei e acho primordial o trabalho dela para a sociedade, levando informações relevantes sobre os assuntos, apurando fatos e denúncias, sempre em busca de prestar o melhor serviço possível à população.

Bom, até aí tudo bem. Mas em específico no caso do Rio de Janeiro, boa parte dela – não estou generalizando – fez um sensacionalismo, que, no meu modo de ver, desrespeitou aquelas famílias que estão passando por um momento de dor inenarrável e devemos ter um pouco mais de bom senso ao tratar do assunto. Sendo mais claro, vi em diversas reportagens imagens da cena do crime, com sangue e tudo mais, que eram repetidas exaustivamente pelos programas, além de reportagens registrando o desespero das mães e familiares em busca de informações sobre os filhos ou parentes, que novamente eram repetidas com frequência  para saber se tinha acontecido algo com eles.

Para mim, a partir desse momento, já começa o sensacionalismo, pois ficar mostrando essas cenas não ajuda em nada, deixam as pessoas mais tristes, irritadas e denigrem cada vez mais a imagem do nosso país lá fora e, principalmente aqui. Claro que os fatos devem ser registrados e nem quero dizer que a imprensa deva ser omissa, longe disso, mas é desnecessário fazer isso. Deve-se apurar as situações e não repetir exaustivamente imagens ou depoimentos em busca de audiência.

Mantendo-se na mesma linha, mas mudando o fato da análise, penso que a nossa imprensa poderia valorizar mais o Brasil porque cada acontecimento ruim que ocorre, é feito um “carnaval” pela maioria dos veículos e parece que o país está um lixo. Não sou hipócrita de dizer que o Brasil tem muitos problemas e necessita melhorar muito, mas ainda sim é um lugar bom pra se viver, com lugares lindos para se visitar e passear, paisagens bonitas, comidas sensacionais, somos o povo mais hospitaleiro do mundo, uma alegria que poucos povos têm, entre outras centenas de aspectos.

Tenho a consciência que a política nos leva a ser um pouco pessimista com relação ao futuro do país e grande parte da imprensa também ficam com o pé atrás com os políticos, porém discordo do modo abordado em algumas reportagens sobre o Brasil. Se pararmos para pensar, mais de 70% do que se passa na TV é tragédia, mas eu sei porque isso ocorre. Enquanto as pessoas derem importância para esse tipo de notícias e o modo sensacionalista que alguns programas tratam determinados temas, essas situações continuarão ocorrendo.

Portanto, não estou falando que a imprensa não é importante, muito pelo contrário, ela exerce um papel na vida das pessoas importantíssimo, contudo discordo do modo como tratam assuntos delicados e que envolvem tragédias, pois nossa imagem lá fora, não é das melhores em alguns países. Por isso, penso que a mídia tem a possibilidade de mudar esse pensamento. Bom, era isso que gostaria de compartilhar com vocês e espero que tenham entendido meu ponto de vista, caso contrário, estarei aqui para esclarecer!

4 comentários:

  1. Ontem assistindo o Fantástico, assim como outros noticiários sobre o assunto, fiquei indignado com o des serviço prestado por essa forma de jornalismo. Chegou-se ao ponto de colocar umas das crianças que presenciou o crime para conversar com outras de outras escolas. Isso causa um prejuízo psicológico sem precedentes, além de não resolver o problema. Alguém falou na deficiência que os professores têm de identificar desvios como esse em seus alunos? Do que foi falado, o que se pode aproveitar para impedir que isso ocorra novamente?

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  2. Demorei horas escrevendo um comentário sobre o seu post e deu pau! Que raiva! =( Enfim, vamos conversar sobre isso pessoalmente! Hehe!

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  3. Tenho um amigo professor que tem verdadeiro pavor desta massa de celulares com câmera e da fome insaciável que as pessoas tem pela tragédia...
    O recente desastre natural+nuclear no Japão é uma grande evidência disto! Viu a quantidade de videos 'amadores' feitos pelas pessoas envolvidas no evento?
    Aqui no Brasil infelizmente a tragédia é antropogênica mas a reação dos envolvidos é a mesma, filmar, divulgar, chocar, vender a desgraça. E só há quem venda um produto se houver quem compre o mesmo... E temos uma população ávida.

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  4. Eu concordo com tudo o que você falou. Mas quero expressar uma opinião, que envolve o assunto.
    Ser sensacionalista NÃO é falar sobre um assunto, durante o dia inteiro nos veículos comunicativos.
    É ÓBVIO que, desde que me entendo por gente, a mídia é sensacionalista. Mas, ultimamente, tem-se falado muito em "reality show", "sensacionalismo" e o escambau. Criticar a mídia virou moda. Não é o caso do post, que falou coisas relevantes, com argumentos. Mas, muito idiota sem informação, nem está acompanhando os fatos e já posta no twitter: "Ai, esse jornalismo sensacionalista. Já virou reality show"... CALA A BOCA!
    Existem casos, como o da Isabella Nardoni, que acontecem muito nas favelas; e dão ênfase por ser uma família de classe média. Deve-se apurar, mas não só esse caso!
    Só que Realengo foi um fato isolado, que nunca aconteceu no Brasil! Por isso que os jornais DEVEM SIM fazer matérias especiais, conversar com as crianças, família do assassino e tudo o mais para informar a população... e sim, o dia inteiro, talvez mais. O caso ficou pra história e todos têm o direito de saber o máximo de informações possíveis. Não é errado, é certo! Claro, com o intuito de INFORMAR e prevenir novos ataques. Acho errado mostrar sangue várias e várias vezes; a mãe falando pro pai que a filha morreu (o que pra mim foi o pior de tudo); e só imagens violentas sem informação. Criticar... com argumento! Enfim, só quis aproveitar... tem muito babaca se utilizando de qualquer matéria chocante pra falar o ÓBVIO por ai! Belo post, parabéns!

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