quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Pense bem antes de criar um perfil corporativo nas mídias sociais

Depois desse boom das mídias sociais, grande parte das pessoas e empresas criaram perfis no Twitter, Facebook, Linkedin, entre outros. Para nós, pessoas físicas, é muito interessante essa curiosidade de entrar em diversas mídias sociais e explorar o novo. Porém, muitas organizações estão ingressando nesse meio sem saber o real motivo e sim, pelo fato de ter virado moda (para mim, virou tendência) e não análisa minuciosamente qual seria a melhor ferramenta para atingir seu público e seus objetivos.

Para as empresas que querem ter perfis nas redes sociais, deve-se avaliar se realmente é necessário ingressar nela, verificar se seu público está em alguma dessas redes e quais as estratégias a serem utilizadas para atingir efetivamente essas pessoas com o intuito de fazer com que a marca seja bem vista pelos mesmos. Deve-se também ter a consciência que não se tem controle desse meio, bem como saber lidar com opiniões contrárias, críticas e polêmicas envolvendo a empresa. Um detalhe importante nesse aspecto. Quando isso ocorrer, deve-se buscar respostas convincentes e tratar com respeito o usuário, pois caso contrário, a organização pode ser mal vista na rede, sendo enxergada como autoritária e que só busca elogios.

Aliás, as organizações presentes na Internet devem interagir constantemente com seus usuários respondendo a perguntas, sugerindo idéias interessantes, dicas pertinentes, ou seja, gerar conteúdo de qualidade para conseguir a fidelidade de seu público. Um perfil de empresa sem conteúdo e monótono não agrega nada para as pessoas na rede e vai valer nada, só causará antipatia, será considerado um fail das redes sociais e dará prejuízos. No momento em que se consegue ter um bom relacionamento, interagir e produzir bons conteúdos, a chance de que seus seguidores se tornarem porta-vozes da organização é muito grande, pois eles próprios quando alguém criticar irão defender a marca sem precisar da intervenção da mesma. E esse é o bacana das redes sociais: não há como ter o seu controle.

Então, você que tem uma empresa e quer estar nas mídias sociais tome cuidado porque a partir do momento em que ingressar nela, não há volta, por isso, planeje bem suas ações e tenha uma equipe capacitada para geri – lá.

*Idéia do post surgiu após a ótima palestra de Pedro Waengertner sobre Marketing em Redes Sociais que assisti essa semana

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Chegou a nossa vez?

Como todos sabem Hosni Mubarak renunciou ao poder após 30 anos de governo no Egito. O povo que clamou pela queda do ditador, finalmente conseguiu derrubá-lo e a expectativa é que muita coisa mude no país africano.

A “Revolução do Nilo” como foi chamada, teve um grande aliado para que os manifestantes conseguissem êxito na causa: as mídias sociais. Digo isso porque muitos encontros foram organizados utilizando-se o Twitter e Facebook, conseguindo atingir boa parte da população. Outro meio utilizado pelos manifestantes foi o SMS. Mubarak até tentou censurar esses meios de comunicação, porém o barulho já tinha se espalhado pelo mundo e a imprensa passou a ter também um papel importante nesse contexto ao divulgar em demasia os acontecimentos.

Vendo o exemplo dos egípcios me veio à cabeça se não podíamos também fazer manifestações para tirar do poder pessoas como Sarney, Maluf, ACM Neto, dentre outros que durante muito tempo vem ludibriando o povo e fazendo com que o nosso país não cresça exatamente como ele pode e deve.  Tivemos um exemplo bom nas eleições do ano passado, que foi a aprovação da ficha limpa e que teve muita mobilização em busca de assinaturas por meio da internet e pressionou senadores, deputados e o então presidente Lula a aprovar a referida lei. Tudo bem que alguns políticos, que na teoria não poderiam se candidatar conseguiram se safar e foram até eleitos. Mas outros políticos não tiveram o mesmo êxito e ficaram de fora das eleições.

Acredito que como aconteceu no Egito, às mídias sociais podem ser um grande aliado do povo brasileiro para se manifestarem contra os políticos corruptos que freiam o crescimento do Brasil. Penso que ocorrerá um grande barulho em Brasília e mudanças tendem a ocorrer e também cabe a imprensa cumprir seu papel social de investigar, divulgar e apoiar essas iniciativas. Sei que pode parecer utopia minha, mas os políticos numa visão geral têm que se sentirem vigiados e saber que a população está observando eles, pois já que os órgãos responsáveis em fiscalizar essas pessoas são em muitas ocasiões coniventes, cabe a população cumprir a sua parte e tentar afastar essas do poder.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

As mídias sociais e o seu papel no Egito

Nos últimos dias, o Egito vem passando por um conturbado momento político, na chamada “Revolução do Nilo”, na qual manifestantes pedem o fim do governo de Hosni Mubarak, 82, que governa o país há 30 anos. Os protestos ocorrem desde o dia 25 de janeiro desse ano e levaram a morte dezenas de pessoas e a agressões de diversos jornalistas, fotógrafos e civis.

Durante todo esse período o presidente egípcio tomou medidas, como toque de recolher, bloqueio de acesso a internet e a telefonia buscando conter os protestos. Falando das mídias sociais nesse contexto, onde ela se encaixa? Vários manifestantes usaram principalmente o Twitter e o Facebook para convocar simpatizantes a participar da “Revolução do Nilo” e protestar contra o atual presidente para que este renuncie ao poder. A convocação deu certo, muitas pessoas foram para as ruas e o mais importante, ganhou dimensão internacional com várias pessoas emitindo opiniões contra o regime de Mubarak, a imprensa cobrindo os protestos e o ditador sendo pressionado.

Vendo que a força da Internet estava muito grande, o presidente resolveu tirar todo o acesso dessa importante ferramenta das pessoas, mais uma atitude autoritária de seu governo. Mais que isso, ele também bloqueou o sistema de telefonia impedindo também que as pessoas enviassem SMS para organizar melhor os protestos, além de ser mais uma ação para os indivíduos não terem acesso às informações.

Porém, contudo, todavia, as pressões internas e externas foram tantas, que Mubarak se viu obrigado a deixar o Partido Nacional Democrata (do governo) e isso foi entendido como sinal de que ele não irá disputar o cargo nas eleições presidenciais, que ocorrerá no 2º semestre.

Voltando as mídias sociais, o que eu entendo é um papel essencial dela nessa história toda porque aproximou ainda mais as pessoas que visam um país mais democrático onde elas tenham liberdade de expressão e sejam livres. A ferramenta também permitiu que o ato tomasse uma dimensão internacional e apesar de ter sido restringido o acesso à internet e telefonia, a atitude foi tarde demais porque nas redes sociais as coisas fluem em uma velocidade rápida demais e alcança proporções enormes também.

Também vejo uma evolução no aspecto dessas manifestações e acredito que agora ficou mais fácil. Porque antigamente quem organizava os protestos eram os partidos políticos conjuntamente com grupos sociais ou similares. Hoje, eles continuam se organizando, mas os civis também podem fazer o mesmo sem precisarem se encontrar em algum lugar antes é só marcar o ponto de encontro pelo Facebook, Twitter, SMS e fazer seu ato.

Então, nesse processo todo a Internet teve um papel fundamental para que o presidente egípcio finalmente montasse uma equipe de governo e, inclusive, indicasse que não participaria das eleições presidenciais desse ano, mostrando a força das mídias sociais e das pessoas que buscam mudar seu país para a melhor. Penso até que daqui a uns anos, quem sabe, meus filhos, sobrinhos ou netos não estudem na escola sobre esse fato, assim como eu estudei sobre a Revolução Russa, Revolução de 32 e Inconfidência Mineira. Seria a Revolução Digital!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

WikiLeaks: Portal de fofocas ou de prestação de serviço?

Acredito que a grande maioria já tem conhecimento do que vem a ser o WikiLeaks. Porém para quem não sabe, de acordo com o Wikipédia, ele é uma organização transnacional sem fins lucrativos, sediada na Suécia e fundada em dezembro de 2006. O site publica posts de fontes anônimas, documentos, fotos e informações confidenciais, vazadas por parte de governos ou empresas. Segundo o portal, o informante que disponibiliza as informações não tem a identidade revelada e não é possível rastrear o usuário.

Escutei na semana passada, em uma discussão no grupo de estudos de redes sociais do qual faço parte, se o WikiLeaks é um local de fofocas, ou se é um dedo duro ou importante por oferecer relevantes informações que não são divulgadas para o público em geral e que envolvem questões de segurança, políticas públicas, críticas a governos, opiniões, assuntos corporativos etc.

Citarei alguns exemplos. O primeiro foi quando a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, questionou a saúde mental da presidente Argentina, Cristina Kirchner. Ou seja, chamou a mulher de louca! Segundo o documento postado no WikiLeaks, Clinton pediu ainda que as autoridades norte-americanas averiguassem se Cristina estaria tomando remédios psiquiátricos. Outro fato, agora mais sério. Documentos disponíveis no portal do fundador Julian Assange, diziam que petroleiras norte-americanas contavam com o apoio de José Serra, que foi candidato à presidência em 2010, por conta das regras de exploração do pré-sal, no qual  a Petrobras tem de ser parceira em todos os consórcios de exploração e é operadora exclusiva dos campos. No telegrama diplomático dos EUA, constava que o candidato, caso vencesse Dilma Roussef, alteraria a regra de exploração do pré-sal, beneficiando as petrolíferas, principalmente as norte-americanas.

Além desses fatos citados acima, existem outros mais que ganharam a mídia durante os últimos meses, mas aí fica a discussão: até que ponto notícias como a “loucura da presidente Cristina Kirchner” e a alteração nas regras de exploração do pré-sal são relevantes. São fofocas e falam da vida alheia? São importantes e devem ser reveladas?

Eu, particularmente acredito que grande parte das informações são importantes e merecem ser divulgadas. Contudo, questões referentes ao sistema de segurança de um país, estratégias de governo e assuntos considerados internos não deveriam ser divulgados. Agora, parando para analisar, o intuito do site é divulgar vazamento de informações etc. Não sei se existe certo ou errado, mas sempre que surge algum site ou sistema em que é possível compartilhar informações sigilosas ou particulares surgem essas polêmicas e, por isso, que gosto tanto da Internet e das mídias sociais. 

E para você? O WikiLeaks é um portal de fofocas ou de prestação de serviço?